10.8.10

(Conto): S.O.

Eu não vou mastigar as coisas para vocês. Tudo é simples, mais simples que um riff de duas notas. A língua passa rápido como cantar uma letra de duas páginas e isso é legal, é cool.

Tem que se saber o que está fazendo, precisa muito que ambos sejam sacanas. Inventar, coreografar. Não importa o sexo, homens, mulheres e afins, todos tem suas chances.

Para isso não importa o local, depende da cara-de-pau. É risco de vida. São germes e vírus se acumulando rapidamente na saliva.

Dedos são úteis, meu bem, escute o que eu lhe digo. Sem ou com plásticos em contato. Os movimentos, mãos, cabeça e quadril. O gosto salgado na língua. Quando o personagem vem, aproxima, vai com calma para reconhecer terreno e se empolga como um motor acelerando. Êxtase para o fim. Todos podem ter esta oportunidade.

Esta é uma história sem personagem, não, deixe-me corrigir, com personagens sem identidade, uma crônica que dura minutos, muito movimentada, com muita ação, uma mística boa de verdade. S.O. foi inventada para deixar as pessoas mais felizes.

PS.: E sem diálogos neste momento, por favor, até que tenha terminado.



(Gilberto Caetano)
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