24.4.09
O ESQUEMA GERAL DA VIDA #04
ALGO SOBRE O BATMAN BAIANO
No Zeca Lanches.
GONZALO: Batman? Hump. Vou te dizer algo sobre o Batman.
Garçom aproxima.
GONZALO: Calabresa. Bem passada.
CURIATI: Bife e batata frita.
CINTIA: Arroz e omelete e salada.
PERNELE: Um X-Bacon e refri.
O Garçom sai.
CINTIA: Continua, Gonzalo.
GONZALO: Ah, sim. Batman é um psicopata, tá? Ele gosta de espancar bandidos, não mata mas tortura. Se ele fosse consciente, ele como Bruce Wayne, bilionário, faria um trabalho contra a pobreza, que é de onde vem a maioria dos bandidos de Gothan. Ele poderia acabar com a pobreza com seu dinheiro mas não, ele prefere dar murros nos caras. Divisão de capital é coisa de socialista, né? É a direita dizendo: eu te deixo pobre mas é pra ser um bom selvagem mas não se meta com os rico. E o Batman vem e arrebenta quem não obedece. Ele é um psicopata assim como o Coringa ou Duas-Caras ou qualquer outro.
Silêncio por um tempo.
CINTIA: Caramba.
GONZALO: O Coringa é muito mais bacana. A anarquia. É contra o sistema. A motivação não é o dinheiro. Toda sociedade precisa ter o seu Coringa pra mexer com as estruturas.
CINTIA: Um Coringa ou um “V”.
GONZALO: É. Ou um “V”.
PERNELE: Que “V” é esse?
CURIATI: “V de Vingança”. É outro filme...
PERNELE: Eu acho tudo isso uma besteira.
CURIATI: O “V” tem propósitos diferentes.
GONZALO: Pode ser.
CINTIA: Eu li na SET que o filme tinha os culhões de “Seven” e...
GONZALO: Que nada! Se realmente tivesse, no final seria diferente. Seria o garoto com uma bala na cabeça.
CINTIA: Sem chance. Criança morrendo em filme de herói? Isso não existe e nunca vai acontecer.
GONZALO: Por isso não tem culhão.
CURIATI: Mas aí que entra o legal, uma criança não precisa morrer pra provar algo. O ponto é que até ali, na parte dos barcos, que é tenso pra caralho, só o Coringa teria coragem. E que tensão tem o filme, hein?
CINTIA: Muito.
PERNELE: Besteira. Vocês não preferem conversar sobre outra coisa?
O almoço chega.
PERNELE: É... sempre filme... (mordida no X-Bacon) e sempre filme chato... (bebe o refrigerante) chato pra cacete.
CINTIA: Ela só gosta de comédia-romântica.
PERNELE: E romance.
CURIATI: Quais os seus filmes preferidos?
PERNELE: “Ghost”, “Uma Linda Mulher”, “PS Eu Te Amo”.
CINTIA: “PS Eu Te Amo”?
PERNELE: Eu adoro. Eu até tenho. Quer emprestado?
CINTIA: Não, obrigada. Eu tô com “Cidade Baixa” em casa para assistir.
PERNELE: O que é isso?
CINTIA: Filme nacional. Acontece em Salvador.
PERNELE: Argh!
CINTIA: É um “romance”.
CURIATI: Já pensou... (come uma batata) se o Batman fosse baiano?
CINTIA: Wagner Moura foi uma espécie de Batman nos morros cariocas em “Tropa de Elite”. E ele é baiano.
O HOMEM QUE ALMOÇA AO LADO: Depois dessa besteira eu comeria calado.
CURIATI: Que nada, esse papo de Batman Baiano é legal.
GONZALO: Será que ele daria uns socos no Maluf?
Eles riem e continuam com as suposições até 12:45 quando precisam voltar ao trabalho.
O ESQUEMA GERAL DA VIDA #03
EXPRESSÃO
Andando pela rua em direção ao Zeca Lanches.
CINTIA: Wall.E tem mais expressão que o Murilo Benício e Mark Walhberg.
GONZALO: Também não é muito difícil. Essa latinha no chão tem mais expressão.
CURIATI: O legal é que quando o Wall.E liga o som é de Windows, que é uma máquina velha e a Eva é o som de Mac.
CINTIA: Ele é nova arrojada, potente. Poderosa. Uma “mulher”, né?
CURIATI: Ele é muito engraçado. Desculpa, Gonza. Você perdeu.
GONZALO: Eu assisti.
CURIATI e CINTIA: O quê?!
GONZALO: Meu filho estava me enchendo o saco e aí eu o levei.
CURIATI: Você se entregou a Opressão Imperialista Norte-Americana?! (risos) Meu Deus!
GONZALO: Pior que eu ri.
CINTIA: A parte que o capitão levanta e toca a música “Assim Falou Zaratustra” é genial.
CURIATI: Andrew Stanton colocou essa de “2001” neste filme e o tema de “Psicose” no “Procurando Nemo”. Ele sempre brinca com isso.
GONZALO: Gostei dos norte-americanos gordos, comendo sem parar e sem contato um com o outro. Tudo obeso. Uma crítica que eu não esperava. Legal.
CINTIA: E com mensagem ecológica sem ser piegas pra mim o melhor filme da Pixar.
GONZALO: E o “Shrek”.
CURIATI: É de outro estúdio.
Eles entram na lanchonete.
GARÇOM: E aí, povo? O que vai ser hoje?
GONZALO: Calabresa. Bem passada.
CURIATI: Omelete.
CINTIA: Salada.
Eles sentam e esperam os pedidos chegarem.
Andando pela rua em direção ao Zeca Lanches.
CINTIA: Wall.E tem mais expressão que o Murilo Benício e Mark Walhberg.
GONZALO: Também não é muito difícil. Essa latinha no chão tem mais expressão.
CURIATI: O legal é que quando o Wall.E liga o som é de Windows, que é uma máquina velha e a Eva é o som de Mac.
CINTIA: Ele é nova arrojada, potente. Poderosa. Uma “mulher”, né?
CURIATI: Ele é muito engraçado. Desculpa, Gonza. Você perdeu.
GONZALO: Eu assisti.
CURIATI e CINTIA: O quê?!
GONZALO: Meu filho estava me enchendo o saco e aí eu o levei.
CURIATI: Você se entregou a Opressão Imperialista Norte-Americana?! (risos) Meu Deus!
GONZALO: Pior que eu ri.
CINTIA: A parte que o capitão levanta e toca a música “Assim Falou Zaratustra” é genial.
CURIATI: Andrew Stanton colocou essa de “2001” neste filme e o tema de “Psicose” no “Procurando Nemo”. Ele sempre brinca com isso.
GONZALO: Gostei dos norte-americanos gordos, comendo sem parar e sem contato um com o outro. Tudo obeso. Uma crítica que eu não esperava. Legal.
CINTIA: E com mensagem ecológica sem ser piegas pra mim o melhor filme da Pixar.
GONZALO: E o “Shrek”.
CURIATI: É de outro estúdio.
Eles entram na lanchonete.
GARÇOM: E aí, povo? O que vai ser hoje?
GONZALO: Calabresa. Bem passada.
CURIATI: Omelete.
CINTIA: Salada.
Eles sentam e esperam os pedidos chegarem.
O ESQUEMA GERAL DA VIDA #02
SEM MÚSICA
No Zeca Lanches.
GONZALO: É brincadeira?
CURIATI: Sério. Nenhuma vez.
GONZALO: Nenhuma?
CURIATI: Nenhum acorde.
GONZALO: Já fizeram isso antes?
CURIATI: Não sei. Talvez...Gonzalo come sua calabresa.Curiati batata frita e bife.Cintia salada de alface, rúcula e cenoura.
CINTIA: E o Javier Barden?
CURIATI: Sei lá. É tudo tão impressionante que ele não se destaca mais que os outros. É claro que ele é um puta ator e o personagem é o diabo, não, ele É humano. Em 1940 ele faria sucesso nos Campos de Concentração Nazista. Mas tudo é perfeito. Tem outro filme sem...?
GONZALO: Javier Barden? “Carne Trêmula”. Ponto final.
CINTIA: E “Mar Adentro”?
GONZALO: Não vi e nem tenho vontade de ver.
CINTIA: Eu não gosto dele. Ele tem uma pose de: “Ei, olha como eu sou culto e ótimo ator. O melhor da Europa”.
O Garçom aproxima.
GARÇOM: Vão tomar alguma coisa?
CURIATI: Coca.
CINTIA: Guaraná.
GONZALO: Eu não bebo enquanto como.
Garçom sai.
Curiati pensa em alguns filmes.
O Garçom volta com a Coca e o Guaraná.
CURIATI: “Onde Os Fracos Não Têm Vez” é um filmão do caralho.
CINTIA: Eu gostei de “A Roda da Fortuna” desses diretores.
CURIATI: Esse eu não assisti.
CINTIA: É com Paul Newman e Tim Robbins. Sobre um caipira que chega com um círculo desenhado no papel e que passa o tempo todo mostrando para os outros e o personagem do Newman se aproveita dele e coloca o mané como presidente da empresa para afundá-la e vende-la. Só que o tal do círculo é um Bambolê e a empresa fatura milhões! Muito legal.
CURIATI: Eu gosto de “Arizona Nunca Mais” e “Fargo”.
GONZALO: Isso tudo é grego pra mim.
CURIATI: Cacete. Tem outro filme sem...
CINTIA: Esquece isso.
CURIATI: Não, não...
O HOMEM QUE ALMOÇA AO LADO: “Um Dia de Cão”.
GONZALO: Quê?
O HOMEM QUE ALMOÇA AO LADO: “Um Dia de Cão”. Outro filme sem música.
CURIATI: Al Pacino. Pode crer. Valeu.
GONZALO: Quem é esse cara? Deus Ex-Machina?
CURIATI: Quem?
GONZALO: Outro dia eu explico.
CINTIA: “A Bruxa de Blair” também não.
CURIATI: Mas toca uma no carro do Josh quando eles vão buscar o gordo.
CINTIA: Mas também, o que importa se tem ou não música?
CURIATI: É só curiosidade.
GONZALO: Tipo pra passar o tempo.
CURIATI: É. Terminou, Cintia?
CINTIA: Terminei quando você disse (imitando ele): “Al Pacino. Pode crer. Valeu”. Com cara de bobão atordoado por uma notícia que mudou a sua vida.
GONZALO: Depois dessa é melhor voltar ao trabalho, hein, Curiati?Eles levantam e pagam o almoço.
O ESQUEMA GERAL DA VIDA #01
INDY OU O DO DIRETOR INDIANO?
Eles foram ao Zeca Lanches no almoço. Quase sempre é assim.
CURIATI: Ontem eu quase assisti “Fim dos Tempos”.
GONZALO: Hum.
CINTIA: Que filme é esse?
GONZALO: Do Shimalin.
CURIATI: Shyamalan.
GONZALO: Tanto faz.
CINTIA: Tô na mesma. Quem é esse cara?
CURIATI: Ele é um diretor indiano. Fez “A Vila”, “O Sexto Sentido”, “Sinais”.
CINTIA: Ah.
CURIATI: “A Dama na Água”.
CINTIA: Esse eu gosto.
CURIATI: Eu gosto de “Corpo Fechado”... Então, na última hora eu desisti e assisti Indiana Jones.
GONZALO: Cê tá brincando? Eles usam os Russos como vilões.
CURIATI: Pô, Gonza. Eles sempre usaram os russos como vilões desde os anos 50. Além disso, eles fazem uma grande homenagem aos filmes de ficção científica dos anos 50.
CINTIA: Eu estava em casa sem fazer nada, meu namorado me ligou e me levou ao cinema. Pô, Indiana Jones está, tipo, no inconsciente das pessoas. Fui assistir com ele.
CURIATI: E aí?
CINTIA: Palhaçada. A parte que o filho dele brinca de Tarzan e os macaquinhos o seguem é sacanagem.
CURIATI: Pior que o final?
CINTIA: Pior. Me explica uma coisa: porque na hora que ele luta de esgrima com a Irina Spalko sobre os carros em movimentos ele não atira com a metralhadora que tem na frente do carro em que ele está?
CURIATI: Não teria graça.
GONZALO: Esses filmes bestas de meio de ano não é pra entender.
CURIATI: Indiana Jones não é besta.
GONZALO: É besta.
CURIATI: Os filmes são bons, vai.
CINTIA: Indiana é divertido. Na hora que ele está afundando na areia movediça e segura a cobra é bem engraçado.
GONZALO: Era melhor ter ido assistir o filme do Indiano.
CURIATI: Eu li uma críticas que me deixaram cabreiro.
GONZALO: Dizem que esse indiano é um dos únicos destes Blockbusters, que não refaz filmes antigos. Até o nerd do Spielberg está fazendo cópias dos filmes dele mesmo. Nem ele é mais original!
CINTIA: O Gonza tem razão. É tudo remake, seqüência ou adaptação.
GONZALO: Adaptação? Esses filmes de gibi já encheu o saco. É tudo igual.
CURIATI: Não é tudo igual. “Homem de Ferro” não é “Motoqueiro Fantasma”, que é uma merda.
GONZALO: Daqui a pouco irão fazer remake até do “Encouraçado Potemkin”.
CURIATI: Aí você vai gostar?
GONZALO: Nem fodendo. Clássico tem que ficar irretocável.
CINTIA: Também acho.
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