18.12.15

15.12.15

* * *

A mãe vendendo bala de bar em bar

Para completar a mínima renda do mês 

Puxando a filhinha pelo braço 


Para completar a dramaticidade 





(Gilberto Caetano)



...






12.12.15

* * *

As besteiras que perdemos tempo discutindo 

As besteiras que fazemos

As besteiras que achamos importantes 

Elas que crescem com o tempo

Aquelas que ignoramos

Essas que esquecemos

Tudo parece fácil às vezes 

Às vezes elas controlam a tua vida 

E quando viu


Já foi 




(Gilberto Caetano)



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9.12.15

LOVE de Gaspar Noé

No final do curso de Roteiro na Escola Livre de Cinema e Vídeo de Santo André, escrevi um roteiro de um triângulo amoroso em 2007. Sexo, drogas e drama do amor não correspondido...

Quando assisti LOVE fiquei decepcionado e eufórico. Decepcionado porque muito do que pensei em fazer no roteiro como cenografia, palheta de cores, cenas e posicionamento de câmera estão neste filme; Eufórico porque vi ideias na tela por um diretor que gosto e mais corajoso do que eu poderia ser.

Não gostei tanto do roteiro do filme como de todo o resto.

Não sei se um dia realizarei o meu roteiro - que preciso reescrever - mas LOVE já me satisfez.  







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6.12.15

* * *

As amarras do conformismo 

Estão agora como um nó

Um nó da forca 

Esperando

Aguardando 


Pela primeira moscada






(Gilberto Caetano)



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3.12.15

* * *

Curtir aquela famosa solidão 

Com alguma certa gratidão 

Colocar o pensamento no lugar 

Sentir as frustrações sem rancor 

Lembre-se:

O mundo sempre quer te foder 

Quer te colocar pra baixo 

A filosofia sabe disso 

Já falaram sobre isso 

Não hoje de manhã 

Ou ontem no boteco 

O mundo sempre quer te deixar pra baixo

Te fazer desistir 

Entregar a luta no terceiro round

E você nem deu um soco ainda

Só defendeu

Só defendeu

Só desviou 

Algum momento o mundo abre a guarda 

Aí vai o uppercut 

Se você tomar um direto 

Espera por ficar de pé antes que a contagem termine

O mundo te quer na lona 

Te quer fodido 

Se nossos antepassados 

Estuprados

Massacrados

Resistiram pra nós existirmos

O mínimo que podemos fazer

É levantar da lona

E ficar em pé com a perna bamba


E o joelho trêmulo  




(Gilberto Caetano)







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30.11.15

FRAME: A Festa do Cavalo Noia ou Como Colocamos a Câmera na Cabeça do Cavalo



Documentário média-metragem sobre a criação, desenvolvimento, lendas, histórias e dificuldade da maior festa popular da região da Cidade Ademar/Pedreira. Criada dentro de uma sala de aula, na Escola Estadual Lauro Pereira Travassos, na Vila Missionária no ano 2000 a festa reuni mais de 5 mil pessoas todos os anos.

Realizado de forma independente a equipe acompanhou por 3 anos esta festa onde registro seus personagens, seus criadores, alunos, escola e  opinião de educadores sobre o projeto.

A Festa do Cavalo Noia é um exemplo de como um professor, numa sala de aula pode mudar uma escola, uma equipe, uma comunidade.





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27.11.15

Na Veia: The Red Drum Getaway

"Roubei" do querido blog Revide (veja):



Texto de Eduardo Araújo:

"Uma fusão por montagem do universo de Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock. James Stuart passei pelos espaços dos filmes de Kubrick, num universo cada vez mais tenso, desviante, surrealista. Absolutamente genial, mesmo com alguns pequenos erros técnicos".





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24.11.15

Na Veia: Canal Musicália

Produção independente dos parceiros Juscelino Filho, David Lima e Elisabete Severino.

Neste programa:

O ano era 1971, plena época do AI5, a era mais sangrenta da ditadura militar. Quando Chico Buarque decide dar uma virada de página em sua obra. Nasce um dos álbuns mais incríveis da história, o Construção.





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21.11.15

O Regresso (The Revenant)

Segundo trailer de "O Regresso" com Leonardo DiCaprio e direção de Iñárritu.

Quero muito assistir este filme!









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15.11.15

Na Veia: Só Cinema Brasileiro

Blog SÓ CINEMA BRASILEIRO com trailers de diversos filmes nacionais.

Dos mais conhecidos aos independentes:

clique aqui para conhecer.






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9.11.15

FOTOGRAMAS

Uma pequena observação fotográfica que tenho do mundo.

Mais fotos em: http://www.flickr.com/photos/gibacae


Gato
Guarulhos, 2014


Fred & Luana II
São Paulo, 2013


Fred & Luana I
São Paulo, 2013


Brasil / São Paulo Primeiro Plano
2013



Brasil / São Paulo Plano Médio
2013


Brasil / São Paulo Plano Geral
2013




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6.11.15

(Conto): A CIDADE DA MULHER ABUTRE

A corrupção está na formação do povo brasileiro. Enxergamos apenas a ponta do iceberg. Reclamamos dos políticos e esquecemos os empresários. Reclamamos da indústria da multa, mas se paga o cafezinho do guarda. Baixar arquivo pirata, sonegação de impostos, furar filas, a lista é grande. É o jeitinho brasileiro para se dar bem. É um exagero generalizar? Claro. Em tempos de politicamente correto pior ainda. A corrupção está na raiz. 

Esta é a história de JANAÍNA SILVEIRA. Jovem enfermeira recém-formada. Os primeiros dias num hospital da cidade do Rio de Janeiro. Na emergência ela descobre o quanto o Sistema é precário e trabalha incansavelmente para que continue assim, alguém sempre se beneficia com isso. Uma reforma não concluída, remédios caríssimos que são extraviados, planos de saúde que financiam campanhas políticas em troca de novas leis.
Janaína percebe o Sistema. Aprende com ele. 
 

Hospital público do estado perto de uma comunidade gigante. A emergência não para. 

Num dia nem calmo nem estressante ao extremo, Janaína se vê fora do corpo quando presencia o seguinte: 

Entram pela porta da emergência causando um susto em todos, três jovens por volta dos 25 anos. Dois na ponta, armados com fuzis carregando o do meio baleado. Dois buracos grandes pelo corpo, jorrando sangue. Encontram uma maca vazia - sorte e raridade - e jogam o ferido sobre ela e saem gritando: 

- Não esquece dele! Não esquece dele, porra! 

Os dois traficantes somem mais rápido do que apareceram. 
Janaína está ali com o cara agonizando na frente dela com dois tiros do abdômen. Chegam o médico atraído pelos gritos de dor e mais dois enfermeiros e o segurança. 

- Quem trouxe ele? - pergunta o médico. 
- Bandidos - ela responde com medo. 
- Merda - ninguém fala mas todos ali pensam, menos a jovem enfermeira, ela não entende a gravidade de toda a situação. 

O médico rapidamente revista os bolsos e cintura do ferido. Não procurando por mais buracos de bala e sim o maldito dinheiro. Encontra e deixa no mesmo lugar escondido. Empurra a maca para dentro do corredor mais longe possível da entrada.

Dor. Agonia. Nada disso interessa. 

O médico pega o bolo de dinheiro do traficante entra numa sala puxando estupidamente Janaína pelo braço. 

- Como é o seu nome?
- J-Janaína. 
- Toma. 
- N-não, doutor. 
- Pega, cacete! Esconde na tua calça. 

Ela obedece.

- Depois a gente divide – ele diz.

Eles saem da sala compressa. Os dois enfermeiros e os seguranças esperam pelo pior e o pior entra bufando pela emergência: Dois Policiais Militares. Com fuzis ainda quentes do tiroteio. Correm até o moribundo sobre a maca.  

- Esse aí que é o bandido! - grita um deles. 
- É - responde o médico. 

Eles revistam o corpo. 

- Estou procurando pelas armas. 

Está porra nenhuma. 

- Vocês não viram nada? 
- Não. Chegou sem nada. 

O traficante ainda agonizando com um medo pior dos militares do que da própria morte. 

- Caralho, irmão! Vocês vão cuidar dele mesmo sem os parças deixarem nada? 
- Não deixaram. Quer revistar todo mundo – o médico enfrenta. 

Janaína gela. 

- Vamô embora! Vamô embora! 

Os dois saem apressadamente da mesma forma que entraram. 
Um alívio total no corredor até mesmo para o ferido. 
O médico puxa a enfermeira de volta para sala, os outros três também entram salivando de alegria. 

- Cadê? 

Ela tira o bolo de dinheiro da calça. O médico reparte por igual entre os cinco. Mais 10% para ele. 

- Se fosse na rua eles teriam pego. 
- Os bombeiros são os primeiros que fazem a rapa. Se sobrar algo aí é pra esses aí. 

Janaína nem presta atenção no papo entre eles. 

- E se ele tivesse me revistado? – ela pergunta ainda com o gelo derretendo pela espinha e indo direto para a bexiga.  
- Eles nunca revistam enfermeiras. 

Os quatro saem, ainda precisam cuidar do jovem traficante.

Janaína permanece ali com as mãos tremendo. Coloca o dinheiro no bolso e respira fundo. Quatro dias de trabalho na emergência e a criação de mais uma trabalhadora do Sistema.  A ficha realmente caiu e isso é só o começo. 
Hoje ela é uma enfermeira recém-formada. Ninguém imaginaria que 30 anos no futuro será a dona do Rio.

E terá um apelido carinhoso. 



(Gilberto Caetano)



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28.10.15

* * *

Todas aquelas coisas


Tudo aquilo que corrói


A miséria, a fome, o cansaço


As doenças por debaixo da pele


As doenças da alma


A cabeça pesada


Tudo aquilo que continua desde sempre


Tudo que não muda


Um frio que começa no estômago


Que sobe pela garganta


E contamina o quarto


A garoa cai sobre os lençóis


A coberta não serve mais


Tudo aquilo que servia e não serve mais


O ciclo contínuo e tortuoso


O ciclo que não gira


Tudo aquilo que continua o mesmo 




(Gilberto Caetano)









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25.10.15

LISTA: Contos Menos Populares (Atualização 2015)

Ao lado existe a lista chamada Postagens Populares (Semana).

Aqui vai uma lista dos meus contos Menos Populares. É só clicar no título:  

1) S.O.  

2) GONE 

3) 30  

4) A INCOMUNICABILIDADE  

5) MARTINHA (08) 

6) HORROR EM SANTO ANDRÉ 

7) DESMORTO

8) OLHO  

9) AQUILO QUE NÃO SOMOS 

10) FELIZ DAQUELE HOMEM QUE SE ESCONDE NA FLORESTA




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22.10.15

FRAME: No Balanço do Busão | Além dos Falantes A01E08



Neste programa Borracha Beat Box conta suas histórias dentro do transporte público, mais conhecido como BUSÃO. Saiba porque ele quase apanhou, entenda porque as pessoas ficam estressadas e o que muda a cada dia da semana. Assista e divirta-se!

INSCREVA-SE NO CANAL: https://www.youtube.com/user/terrorem...

Página Oficial do Borracha Beat Box: https://pt-br.facebook.com/borracha.b...

VEJA O SITE DO GUERRILLA:
http://www.guerrillanaveia.com/

Produção Executiva 
Thais Scabio

Edição e Finalização 
Paulinho Lordhóric
Gilberto Caetano

Uma Produção: 
Cavalo Marinho Audiovisual e Borracha Beat Box

CONHEÇA O SITE DA CAVALO MARINHO AUDIOVISUAL:
http://www.cavalomarinhoaudiovisual.com





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19.10.15

Na Veia: Trailer Oficial - Star Wars: O Despertar da Força

NOVO TRAILER DO NOVO STAR WARS!!!!!

DRAMÁTICO!! ÉPICO!!!!





O novo filme, da maior saga de todos os tempos, Star Wars: O Despertar da Força estreia dia 17 de dezembro nos cinemas.




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FOTOGRAMAS

Uma pequena observação fotográfica que tenho do mundo.

Mais fotos em: http://www.flickr.com/photos/gibacae

(Ilha Comprida/SP, 2011)













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16.10.15

GUERRILLA: 10 anos de Comportamento Kamikaze


Provavelmente ninguém conhece este pequeno filme, ou pouquíssimas pessoas conhecem o curta independente de 2005. O primeiro produzido pela Cavalo Marinho Audiovisual (conheça o site) antes mesmo da produtora existe realmente.

Leia mais e assista em: http://migre.me/rAVhI




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13.10.15

* * *

O sussurro da sarjeta no seu ouvido 

O toque do frio na madrugada 

Poderia ser amor

Mas é pinga quente correndo na veia 

Poderia ser qualquer coisa melhor 








(Gilberto Caetano)


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10.10.15

(Conto): ASFIXIA

- Eu vou te contar uma coisa sobre a situação política dessa merda - diz Esdras. 
- Fala então, biduzão. 
- Você nunca me chamou de biduzão antes, amor. 
               
Ele beija a esposa na boca. Fernanda sorri rapidamente. 

-É o seguinte e é simples: só uma questão de tempo pra esquerda deixar de existir. Estão martelando os joelhos deles e uma hora cai. O país não precisa mudar. Se mudar quem se fode na história?
- A gente – Fernanda diz concordando com o marido.
- Sei não se o pior ainda está por vir - fala Jimi - intervenção pode ser uma possibilidade. 
- Estão até prendendo palhaços na rua - exclama chamando atenção para si Vera imponente e dona do apartamento onde os dois casais amigos estão jantando neste momento. 

Jantar sem muita firula, vinho, conversas e risos. Vera e Jimi estão casados há 10 anos. Altos e baixos. Hoje está tranquilo e controlado. Mesmo que não tentem mais ter filhos. Um filho na ponta do lápis é muita despesa. Aquilo que dizem que a única forma de enganar a morte é passando seu gene através da prole é balela. Jimi prefere do jeito que está. Vera não. 

- E você Fernanda, o que você acha? Não está meio salgada a comida? 
- Não. Pra mim está bom. Nunca comida uma comida rosa. O que é?  
- Adivinha. 
- Sei lá. 

Esdras coloca a colher com a comida rosa. Mastiga um pouco para sentir o gosto. Acha algo estranho sobre a gengiva. 

- Que foi? 
- Nada... Só... Espera...

Ele tira da boca um pelo. 

- Meu Deus! - grita Vera. 
- Não esquenta acontece. 
- Que vergonha. Nessa comida não tem nenhum bicho com pelo. 
- Não esquenta, Vera. Já foi. O que eu estava falando mesmo? 
- Sei lá.
- Eu perguntei o que é a comida e você pediu para adivinhar mas não consigo.
- Espera um pouco... – pede Esdras.  

Ele enfia novamente dois dedos na boca, entram mais desta vez e tira outro pelo de seis centímetros, preto e grosso. 

- O que está acontecendo, Vera?
- Eu não sei, Fernanda. Alguém mais encontrou alguma coisa dentro?
- Eu não – responde Jimi.  

Esdras engasga um pouco. 

- Bebê água, Esdras. 

Ele bebe. 

- Eu vou jogar a comida fora. 
- Acho que não é a comida não amor. 

Esdras tosse. Enfia três dedos na boca e tira mais pelos. Uma quantidade maior desta vez. 
Fernanda fica apavorada. Jimi e Vera ficam sem reação. 
Ele tosse, está engasgando. Fica vermelho. Fernanda enfia a mão na boca dele e tira mais pelos. 
Esdras engasga mesmo. Sufoca com o esôfago fechado. Ar nenhum entra. A garganta incha. Jimi corre para trás dele e o abraça com força para soltar o que está dentro dele. 

Esdras fica com a cabeça bem vermelha. Fernanda enfia novamente a mão na boca do marido e puxa o que está sufocando. Ela puxa até sair para fora da boca a cabeça de um roedor. 

Ela grita como num filme de Wes Craven e cai no chão se arrastando para a parede. 


O resto do corpo do bicho ainda está dentro da boca. 
Jimi puxa o bicho morto da boca do amigo e joga não chão. 
Vera está em estado de choque. 
Jimi paralisado. 
Esdras deitado no chão respirando com dificuldade. Deitado ao lado do roedor. 

- Já passou, já passou - diz Jimi. 

Fernanda depois de minutos respira fundo, alguém precisa ter a cabeça no lugar neste momento, pega o roedor molhado, gordo e morto e joga no lixo da cozinha. Volta para o marido, deita a cabeça dele em sua coxa e acaricia seus cabelos. 
Esdras finalmente consegue controlar a respiração. 

Vera depois que para de chorar, tosse, e da boca cai uma pena preta. 



(Gilberto Caetano)


...

Veja também:

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